segunda-feira, setembro 11, 2017

PETER TOSH -30 ANOS (In Zion)











































































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Hoje,11/09/2017,fazem 30 que perdemos fisicamente a lenda,o único,o superastro jamaicano do reggae aka ''Stepping Razor'',''Mystic Man'',''Bush Doctor'',Winston Hubert McIntosh aka PETER TOSH...
Winston Hubert McIntosh, mais conhecido pelo seu nome artístico ''Peter Tosh'' (Grange Hill, 19 de outubro de 1944 - Westmoreland parish,Jamaica, 11 de setembro de 1987), foi um músico pioneiro de reggae/ska, conhecido pela sua militância em prol dos direitos humanos e da legalização da maconha.  Peter Tosh nasceu em Grange Hill, na Jamaica. Aos quinze anos de idade, sua tia morreu e Tosh se mudou para Trench Town, em Kingston. O jovem McIntosh começou a cantar e a tocar guitarra bem cedo, inspirado pelas estações americanas que ele conseguia sintonizar em seu rádio. No começo dos anos 1960, ele conheceu Bob Marley e Bunny Livingston, formando o grupo Wailing Wailers. Depois que Marley retornou dos Estados Unidos em 1966, os três passaram a se envolver com a religião rastafári, mudando o nome da banda para The Wailers. Foi assassinado em 11 de setembro de 1987, vítima de uma tentativa de assalto em sua residência em Kingston....
Certamente serão realizados hoje diversos tributos á Peter Tosh,com a presença de lendas do reggae,especialmente na Jamaica,em Kingston no Museu Peter Tosh e em Belmont,Westmoreland parish,no Memorial Peter Tosh..
“Minhas músicas vêm da experiência pessoal e fraternal, o que significa comunidade, fraternidade e nacionalidade. Faço música para conscientizar as pessoas.”  Frases como esta, proferida por Peter Tosh, ícone do reggae assassinado no dia 11 de setembro de 1987, são frequentes no mundo da música engajada, mas estão diluídas no mercado musical –hoje dominado pelas playlists em plataformas de streaming– e ganham outras formas para conquistar um público sedento por diversão. Como a obra de Tosh registra, falar sobre desigualdade e direitos humanos não combina com o clima festeiro dos artistas da música pop daquela época e de hoje.  A leitura que Tosh fazia da música já identificava o risco de que o compromisso social pudesse ser usado para dar lucro às empresas que estão de olho na segmentação do mercado e nas exigências de grupos sociais historicamente excluídos.  Hoje, o lugar de fala, a discussão sobre empoderamento e o questionamento de privilégios passaram a entrar na pauta das agências publicitárias e de estratégias de marketing. Em sua época, Tosh tinha ciência de que as empresas apenas levavam em conta o poder de consumo das diferentes camadas sociais, o lugar de cada indivíduo na economia, e não a crítica social que ele encampou.  A carreira solo de Peter Tosh foi iniciada na segunda metade da década de 1970, após sua saída do The Wailers, grupo que fundou com Bob Marley, e foi repleta de críticas a estes lugares determinados pela economia e pelo racismo que os sustentam. Com espiritualidade, ele marcou presença na luta por direitos iguais e emancipação do povo negro da Jamaica e de cada canto do planeta.  As posições políticas de Peter Tosh causaram perseguições e outros problemas ao músico, mas o astro do reggae tinha a alienação do seu povo na mira. “Toda a forma de vitimização é universal, não só na Jamaica. Mas, porque eu vivo na Jamaica e vi muitos jovens se tornarem vítimas do sistema, eu sei que é universal. O Pai me dá a inspiração para que eu possa despertar o sono e a mentalidade das pessoas.”  Com a adolescência vivida na favela de Trenchtown, em Kingston (Jamaica), Winston Hubert McIntosh, jovem gênio de temperamento difícil, sentiu na pele as diferenças que foram criadas para os negros dos guetos jamaicanos. Essa experiência e o tempo transformaram Peter Tosh num artista altamente politizado. Do ska ao reggae, Tosh passou por diferentes fases destes gêneros musicais até encontrar o rastafarianismo, movimento fundamental para o cunho revolucionário de suas canções.  Em seu primeiro disco, “Legalize It”, lançado em 1976, ele criticou a política antidrogas e o sistema prisional que encarcera jovens negros pelo uso da maconha, questões que ainda geram intensos debates.  A PAZ QUE EU NÃO QUERO - Em “Equal Rigths”, música de 1977 que dá título ao seu segundo disco, Peter Tosh protestou contra a pacificação proposta pelos poderosos: “Eu não quero nenhuma paz, um homem precisa de direitos iguais e justiça”. Durante entrevista para a revista “Pulse”, em dezembro de 1983, Tosh disse que não brincava com as palavras em suas músicas.  “Toda vez que eu vejo a palavra paz…você sabe onde vejo isso? No cemitério: aqui está o corpo de fulano. Que ele descanse em paz”, disse Tosh, autointitulado  “Stepping Razor”, algo como ser barra pesada. “Se você quer viver bem, trate-me bem”, registra a canção “Stepping razor”.  Comparada com os nossos dias, a realidade tratada pelo cantor e ativista –que é comparado com Malcolm X– ultrapassa o tempo e o espaço. Apesar dos avanços desde o final do século 20, a população negra ainda tem seus direitos minados.  Segundo a Anistia Internacional, a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. No mercado de trabalho, de acordo com reportagem da Folha, o impacto da atual recessão econômica é maior sobre negros do que sobre brancos porque eles estão concentrados no setor informal, mais vulnerável a oscilações, mas também, segundo especialistas, pela sobrevivência de uma visão racista no mercado de trabalho, à qual profissionais qualificados no setor formal não estão imunes.   Ainda que ficasse eternizado pelo hit “Johnny Be Good”, Peter Tosh sempre fez questão de marcar sua posição. Um exemplo foi quando esteve em São Paulo, no dia 27 de abril de 1980, para participar do 2º Festival Internacional de Jazz da cidade.  Naquela ocasião, em que estavam vivos a Guerra Fria e o apartheid na África do Sul,  o fundador do The Wailers e primeiro artista a assinar com a gravadora do Rolling Stones, a Rolling Stone Records, declarou: “Minha música guarda a marca da opressão que vivi e ainda vivo”.  Esse ativismo faz com que Tosh, autor do hino “Get up, stand up”, seja combustível ideológico para movimentos como Black Lives Matter, nos EUA, e Reaja ou Será Morto, no Brasil, que enfrentam o racismo e a violência contra jovens negros promovida pela polícia.  Assim como Malcolm-X, Peter Tosh sempre soube que o racismo deveria ser desconstruído em qualquer que fosse o país ou a época, como se previsse os fatos recentes, como o do dia 11 de agosto de 2017, quando representantes da supremacia branca mostraram sua face em Charlottesville, Virgínia (EUA), e o vocabulário, em especial nas redes sociais, adotou o termo “supremacia branca”.  Mais uma prova de que Tosh estava tão atuante em sua época como tinha visão do que poderia nos esperar no futuro foi o disco “No Nuclear War”, lançado alguns meses antes de sua morte.  Nele, o jamaicano realizou protesto contra as grandes potências mundiais e suas ameaças armamentistas...
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