sexta-feira, janeiro 27, 2012
DENNIS ´´LEPPO´´ LOBBAN
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Dennis ´´Leppo´´ Lobban,o homem acusado de assassinar a super estrela Peter Tosh é uma das figuras mais odiadas do mundo do reggae,e apesar de preso ha muitos anos pela morte de Tosh,se diz inocente.
Era 11 de setembro de 1987. Maskaram, Ano Novo para os Etíopes Ortodoxos, quando um tranquilo anoitecer no lar de Tosh foi transformado num pesadelo de horrores, onde a paz e a quietude foram despedaçadas pela violência e por tiros de fogo. Na vigília, Peter Tosh foi prostado com duas balas em sua cabeça. Com ele ficaram estendidos 'Jeff Free-I Dixon' e 'Wilton Doc Brown'. Eles foram atingidos por um homem que Peter tinha conhecido há muito tempo atrás. Outros quatro foram feridos naquela noite que se transformou num acidente amortalhado em mistério. Rumores abundantes falavam de envolvimento com drogas, armas, trama de governo e assassinato. Até agora, os sobreviventes têm permanecido indispostos para revelar publicamente o que aconteceu, com exceção de Michael Robinson e Marlene Brown, esposa de Peter. Marlene tem sua própria versão. Michael Robinson, amigo íntimo de Peter e Marlene, levou três tiros naquela noite. Apenas recentemente ele revelou sua estória. É uma estória muito comum entre todos, não apenas na Jamaica, mas em todas as sociedades oprimidas onde 'ter' não significa que 'quem tem' pode distribuir 'o quê tem'. É uma estória de medo, extorsão e pressão.Joe Borzeki, amigo pessoal e sócio de Peter, frequentemente visitava sua casa. Ele estava no local há minutos do massacre. Após conversar com Michael Robinson, Marlene Brown e Joy Dixon (esposa de Free-I, que também foi ferida), ele juntou suas estórias com os fatos que testemunhou e, com mais clareza, pôde compreender a importância cronológica dos fatos principais da tragédia, bem como de seus momentos seguintes. É preciso omitir alguns detalhes não essenciais para poder proteger àqueles envolvidos, mas isto não muda os fatos. Nós oferecemos esta estória a você, sem qualquer julgamento. Domingo, 6 de setembro: Peter Tosh e Marlene chegam a Kingston. Eles estiveram em Nova Iorque com Joe para acertar a data do concerto no Madison Square Garden para o segundo dia de novembro. Este havia sido adiado por várias vezes e Peter estava frustrado com seu selo, a EMI, e com os problemas que estava tendo para conseguir apoio financeiro para a turnê. Finalmente, eles decidiram calçar o show por conta própria com o dinheiro que conseguissem. A euforia para a proposta turnê tinha sido grande, mas o selo vivia dando desculpas como se não tivesse dinheiro. Peter e Marlene voltaram à Jamaica virtualmente quebrados. Embora nenhum amigo íntimo soubesse que Peter retornaria naquela noite, Dennis 'Leppo' Lobban parecia saber disso poucas horas depois que ele estava de volta.Lobban é reputado como 'bad man' da mesma área de Peter. Durante anos enquanto Peter esteve construindo sua carreira musical, 'Leppo' construía sua carreira criminal, culminando em 15 anos de prisão na penitenciária da Jamaica, por duas tentativas de homicídio. Libertado oito meses antes do massacre ele tinha o hábito, como muitos no gueto, de procurar os membros mais afortunados do local, para pedir dinheiro. Segunda-Feira, 7 de setembro: Dennis Lobban chega cedo na casa de Tosh.Ele conta a Peter um incidente que ocorrera enquanto esteve envolvido com o irmão de Marlene, Dennis Brown (não se trata do cantor homônimo). Marlene defendeu seu irmão, que não estava lá, e contou a Lobban que ela estava 'cansada de ver todos aqueles ‘bad men’ vindo rondar as casas, começando pela deles'. Ele lhe disse que 'há algum tempo eles deviam fazer algo por si próprios'. Ela e Peter 'não queriam acabar mortos', referindo-se ao amigo de Lobban que havia sido assassinado pela polícia na semana anterior. Ele estava sendo extorquido por um tira e foi morto quando não tinha mais dinheiro para dar. 'Aquilo não pode acontecer com vocês', ela disse. Dennis Lobban ainda estava na casa quando Joe estacionou. Michael veio em seguida e passava direto quando Lobban referiu-se a ele na porta. Implorou pelo baseado de Michael: 'deixe-me ir e acenda isso aí'. Michael conhecia 'Leppo' há quinze anos e sabia bem quem ele era. Deu-lhe o baseado e subiu as escadas até o quarto de Peter. Perguntou a este por que ele lidava com 'aquele tipo de gente'. Peter respondeu-lhe para não se preocupar: 'Eu sei como lidar com ele'. Mais tarde Michael retornou à cidade, dando uma carona a 'Leppo'. Terça-Feira, 8 de setembro: Joe fala com Peter pelo telefone,onde tudo parecia normal, conversas de rotina sobre problemas de dinheiro. Quarta-Feira, 9 de setembro: Joe vê Peter no estacionamento doaeroporto. Ele estava sem carro, e o motorista que o havia trazido se fora. Joe trouxe-o de volta a Barbican. Aquela foi a última vez em que Borzeki viu Peter Tosh vivo. Quinta-Feira, 10 de setembro: Joe liga a Peter. Tudo está ok.Os vizinhos se queixam sobre os uivos dos cães de Peter em seusquintais. Ele tinha quinze deles. As autoridades lhe pediram para conteros animais, então Peter prendeu todos na parte superior da casa,com exceção de dois. Infelizmente esses dois nãohaviam sido treinados para atacar. Sexta-Feira, 11 de setembro: Joe chama Peter ao telefone. Eles fazem planos para se encontrar mais tarde. Michael Robinson está na casa com Peter, Marlene, 'Doc Brown e um casal de empregados. O irmão de Dennis Lobban, 'Handsome', circunda a casa de bicicleta por volta das 18:30. Ele tinha vindo buscar dinheiro, como a maioria deles. A própria Marlene havia lhe prometido dinheiro suficiente para comprar tecido para calças. Ela sabia que ele podia costurar e daquela forma fazer calças para vender e conseguir algum dinheiro. Só que o casal (Peter e Marlene) não haviam ido ao banco naquele dia. Quando ouviram 'Handsome' ao portão, Peter disse ao Michael: 'Se aquele 'Handsome' veio buscar dinheiro, diga-lhe que não tenho o suficiente para o que ele quer, mas vou completar a quantia até segunda-feira. Se ele precisar de alguma coisa antes disso, diga-lhe que venha logo'. Recado dado,'Handsome' partiu. Minutos após as 19 horas, Carlton 'Santa' Davis estacionou. Ele estava apenas de passagem para dizer a Peter que ficaria por uns poucos dias fora da cidade. O baterista foi convidado a entrar e experimentar peras em caldas e um copo da bebida de raízes feita por Doc Brown. Aquela foi a última vez em que Peter e Doc se alimentaram.Por volta das 19:30, pouco depois do anoitecer, bateram ao portão. Marlene pediu a Michael que atendesse, esperando por Free-I e Joy. Em frente à entrada da casa, Michael avistou não Free-I e Joy, mas Dennis Lobban. Ele estava com um dos pés para dentro do portão, como que esperando para ver se seria benvindo e se alguém deteria os cães. Michael chamou-o para a frente, sentindo dificuldade em avistá-lo. Leppo não costumava chegar após o anoitecer. Ele em seguida avistou um segundo homem atrás de Lobban. Segurou os cães e gritou: 'Venha e traga o outro'. Quando eles entraram, apareceu um terceiro, um homem alto, como que surgido do nada. Agora três pessoas se dirigiriam ao caminho que leva à casa. Eles seguiram Michael até o interior da mesma. Uma vez lá dentro, o homem alto sacou uma pistola automática Browning da cintura, trancou a porta e juntamente com o segundo, apontaram para Michael e o mais alto falou: 'Não faça porra nenhuma de barulho!'. Então Dennis Lobban voltou-se para ele e disse: 'Peter lá em cima, cara!' e subiu os degraus, dois a dois. Michael veio em seguida com a arma encostada em sua cabeça e os dois atiradores escudando-se em seu corpo. Lobban caminhou pela sala com sua arma engatilhada.Os fatos aqui apresentados são baseados nos depoimentos feitos por Michael Robinson e outras vítimas da noite de horror na casa de Peter em 11 de setembro de 1987, associados aos depoimentos de outras testemunhas. Nós narramos até aqui os fatos que culminaram até o dia do massacre, quando os três pistoleiros, Dennis 'Leppo' Lobban e outros dois, apontavam suas armas para a cabeça de Michael. Dennis Lobban invadiu a sala com sua arma engatilhada... Peter, Marlene Brown, Wilton 'Doc' Brown e Carlton ‘Santa' Davis estavam sentados no sofá, assistindo TV. Santa tinha vindo visitar Peter naquele dia quando soube que o Papa estava em Miami e sua missa havia sido interrompida por raios e trovões. 'Peter man, você soube o que aconteceu em Miami? O Papa estava dando a missa, quando estourou uma tempestade e eles não puderam continuar!!!' 'É , eu ouvi aquilo, esta é a força do Todo Poderoso. Vocês ouviram exatamente o que Santa falou sobre o Papa? JAH cuspiu fora', disse Peter aos outros. Eles riram e deram graças. Lobban parou em frente à sala, 'Todo mundo de barriga para baixo! No chão!!! Ninguém se moveu. Parecia que alguém tinha saído da tela da TV - como se um personagem de 'Miami Vice' ganhasse vida - eles simplesmente não podiam acreditar que aquilo fosse real. 'Todo mundo de barriga no chão! Todo mundo deitado! Isto é um assalto!!! 'Com isto, cada um (com exceção de Marlene) se deitou perto de seus lugares, nariz no chão, percebendo finalmente o que estava acontecendo. Michael Robinson caminhou para trás e se deitou perto de Peter. Dennis Lobban parou em frente à porta e os outros pistoleiros se posicionaram ao seu redor.Lobban perguntou a Peter 'Onde está o dinheiro que você tem na casa?' Marlene respondeu: 'Nós não temos nenhum dinheiro. Você não viu que seu irmão Handsome veio aqui há pouco tempo e não lhe demos dinheiro? Dissemos a ele que voltasse aqui na segunda-feira.' Leppo virou-se para Marlene e disse: 'Você, você é a causa disto, Marlene. Você esta enfeitiçando o dread para que o homem do gueto não consiga mais dinheiro! Você morre esta noite!'. Lobban ordenou a Marlene: 'Vá se deitar no chão!', mas Marlene não conseguia, então agachou-se perto de sua cadeira. Leppo continuava atrás do dinheiro: 'Onde está o dinheiro que vocês têm na casa?', e o pistoleiro mais alto falou a todos: 'Todo mundo de pé, levantem-se, um a um'. Eles começaram a revistar a todos, arrancando dinheiro dos bolsos de cada um e também as jóias. Quando pegaram Santa, um deles disse: 'Você, dread, você tem algum dinheiro? 'Sim, eu tenho J$ 200'. Isto os enfureceu: 'Então, por que não os carrega consigo?', e as ameaças começaram. Michael Robinson foi o único que não foi revistado. Lobban não podia revistá-lo. Ele o conhecia há muitos anos e no começo daquela semana eles haviam fumado o mesmo baseado. Foi ele quem abriu a porta da casa, era como se Lobban não conseguisse abordá-lo. Todo mundo se deitou novamente e o interrogatório recomeçou. O mais alto voltou-se para Peter e disse: 'Você, dread, levante-se!' Ele começou a revistar Peter, arrebentando as correntes de seu pescoço e tirando o resto de suas jóias. Então, tentou golpear Peter com um chute e um soco, mas Peter o impediu, sendo um profissional de artes marciais. Foi então que o sujeito perdeu o equilíbrio e despencou-se em cima da mesa, caindo no chão. Neste momento, bateram ao portão, mas ninguém ouviu. O altão olhou duro para Peter: 'Você, dread, você morre esta noite! Você morre por este gesto esta noite! Deite-se no chão!' Leppo então o preveniu: 'Cuidado com o dread, ele é um expert em karatê'. E fizeram Peter se deitar novamente. O homem alto foi até a cozinha e apanhou um machado que Peter usava para quebrar nozes para suas geléias. Virou-se para Peter e disse: 'Vê isto, é um machado, você sabe. Nós podemos cortar fora a sua cabeça esta noite sem nenhum barulho, nenhum tiro!' Ele abaixou-se até Peter e disse que iria arrancar sua cabeça se ele não contasse onde estava o 'maldito dinheiro'. Então Marlene pulou na frente de Peter, que estava estendido no chão, enquanto o estranho ameaçava seu marido com a pistola numa mão e o machado na outra. Ela começou a gritar: 'Você não pode fazer isto! Você não pode fazer isto!', tentando usar seu corpo para proteger Peter. O homem a puxou, apertando sua cabeça com o lado liso do machado, espancando-a até o chão, fazendo com que ela voltasse ao lugar onde estava. Bateram ao portão novamente. Marlene disse: 'Deve ser Free-I. Faça-o ir embora, ele é nosso amigo! 'Aquilo deixou os pistoleiros paranóicos. E eles começaram a se preocupar sobre quem estava ao portão. Todo mundo começava a imaginar o que ia acontecer. Aqueles homens estavam na casa há vinte minutos e as coisas ainda não tinham sido resolvidas. O altão escondeu sua pistola na cintura e foi atender a porta. No portão, Joy Dixon sentiu que havia algo errado. Ela e seu marido Jeff haviam sido convidados para ir ali naquela noite e estranharam o silêncio dos amigos. Ela tinha escutado a queda do pistoleiro e vozes fortes como se alguém estivesse discutindo lá em cima. Então disse ao marido: 'Venha Free-I, vamos sair e ligar para eles para saber o que está acontecendo. Nós podemos estar atrapalhando uma briga familiar ou coisa assim'. Free-I responde: 'Não, cara, Peter é meu amigo. Vamos ficar aqui e ver o que podemos fazer'. Eles bateram ao portão pela quarta vez, agora batendo com suas chaves na caixa de correspondência, certos de quem estivesse dentro da casa ouviria os barulhos. Ninguém sabia porque os cachorros não se precipitaram sobre aquele homem que ia atender ao portão, coisa que acontecia normalmente ainda que os cachorros não fossem treinados para atacar. Tão logo Free-I atravessou o portão, ele percebeu que as vibrações daquele estranho eram muito negativas. O homem foi muito seco e parecia conduzí-los para dentro, como se estivesse avisando alguém que eles iriam entrar. Eles caminharam em direção à porta de entrada, estranhando que os cachorros não estivessem em volta e que não havia ninguém para detê-los. Quando abriram a porta, o homem a trancou e sacando de sua arma, arrebentou a corrente de Free-I. Ele ainda tirou 400 dólares (jamaicanos) dos bolsos do DJ e disse que os outros dois estavam de guarda lá em cima. Quando Free-I e Joy entraram na sala, viram todo mundo no chão. Marlene falou: 'Isto é definitivamente uma armadilha. Isto é definitivamente o que parece ser, não mexam com essa gente, apenas fiquem deitados de bruços'. Free-I esticou-se no chão. Marlene pediu a Joy para se aproximar e sentar-se com ela, o que foi feito rapidamente. Naquela altura, os três atiradores estavam em pleno frenesi. Eles estavam ali há meia hora. Quando chegaram, haviam cinco pessoas na casa, agora já eram sete. Sete testemunhas e todas conheciam um deles. Dennis Lobban foi 'revistar' o quarto, mas voltou sem encontrar nada. Perguntou: 'Cadê a grana? Cadê a grana estrangeira que vocês trouxeram da América para a Jamaica? Onde está o dinheiro? ' Peter olhou para ele e disse: 'Boy, Leppo, eu não tenho nenhum dinheiro, você sabe, mas se você voltar na terça-feira,. Nós podemos conseguir algo. Mas eu não tenho qualquer dinheiro agora. Eu não tenho nenhum dinheiro. Você pode revistar a casa toda, não há dinheiro'. Leppo continuou: 'Onde está o cofre com dinheiro?' Marlene respondeu: 'Leppo, nós não temos nenhum dinheiro, por mais que você não acredite. Nós estávamos dispostos a ir ao banco hoje, mas não pudemos'. Naquele momento, considerando o estado emocional dos pistoleiros, Marlene estava quase a ponto de ganhar a situação. Ela estava trabalhando cuidadosamente com o intuito de convencê-los. A adrenalina corria pesadamente. Eles estavam lá há 45 minutos. As pessoas os conheciam. A discussão estava perto de acabar. Lá não havia dinheiro. Eles estavam indo embora. Santa estava deitado com o nariz no chão, orando os Salmos mais e mais. Neste momento, ele sentiu que era aquilo que podia salvar a sua vida e sabia que seria poupado por causa do trabalho que lhe foi deixado pra fazer nesta terra. O altão, que tinha posto o machado sobre Peter, virou-se para Lobban, que continuava insistindo sobre o dinheiro, e falou: 'Por que você está discutindo tanto com eles, man? Por que você não vem aqui e faz logo aquilo que você veio fazer? Deixe-nos sair deste lugar'. Com isto, Leppo olhou para ele, virou-se e .... Booomm! O primeiro tiro acertou Marlene. A bala passou através de seus cabelos, arranhando seu couro cabeludo, e entrou pela boca de Joy, saindo do outro lado. Marlene e Joy foram feridas com a mesma bala. Marlene caiu. Ela não estava morta, mas ela e Joy fingiram estar assim. Lobban viu o sangue saindo da cabeça de Marlene e achou que ela estava morta. Ele hesitou alguns segundos e voltou-se para Peter. Booomm!, Boooomm!... dois tiros diretos atravessaram sua testa. Mais uns poucos segundos de silêncio, até que os tiros começaram a disparar das três armas, atingindo todo mundo. Michael Robinson sentiu um tiro atingí-lo em sua coxa. Tentou proteger-se com uma pequena mesa de café que havia no centro da sala. Após cerca de oito ou nove tiros, os assassinos cessaram fogo. Michael espiou cuidadosamente com o canto do olho, fingindo-se de morto e viu os pés de Lobban em sua direção. Lobban parou próximo a ele e, então, ele ouviu um novo tiro. Aquele tiro foi para Wilton ‘Doc' Brown. Ele foi atingido na cabeça `a queima-roupa e morreu na hora. Michael viu então, que alguém se aproximou de Free-I, mirou a arma atrás de sua orelha e deu dois tiros. Neste momento, Free-I foi morto com todas as suas boas intenções e propósitos. Então espiou horrorizado que Lobban caminhava até ele. Ele sentiu o calor da arma engatilhada, mas aquele não era o seu momento de morrer. O tiro veio de raspão, passou através de sua boina de couro e de suas tranças, apenas arranhando o couro cabeludo. Michael pensou que tudo estava acabado então. Ele tinha a bala em sua perna e o sangue saindo de sua cabeça. Como estava lá, estendido, pensou: 'É isto que acontece quando você morre?'Mas então, Booommm! Mais um tiro, desta vez vindo de outra direção, que penetrou suas costas, novamente protegida pelo couro de sua jaqueta. Pela graça de Jah, a bala apenas arranhou suas costas, mas ele acreditou mais ainda que a sua vida tinha acabado. Depois disto, os pistoleiros o deixaram e atiraram mais umas seis ou sete vezes em torno da sala. Então o tiroteio parou. Passos correndo escada abaixo e sons como motocicletas deixando a área. Aquele barulho era na verdade, de um furgão VW, no qual havia um motorista aguardando para a fuga. Michael ouviu à distância, uma voz chiando em seu ouvido, como que vinda de um megafone. Parecia estar competindo com o zumbido que subjugava sua audição. Quando ele abriu os olhos, tudo o que podia ver era fumaça e o ambiente envolvido por um cheiro de sangue, suor e morte. A primeira pessoa que viu foi Doc Brown. Era óbvio que ele estava morto. Uma voz dizia: 'Esta todo mundo bem? Quem está ferido? Você esta pior do que ele', etc. Era a voz de Marlene. Como Robinson tentou se mover sozinho, Marlene desceu correndo para pedir ajuda. No início, ninguém da vizinhança quis se envolver. Finalmente, o vizinho que mora do outro lado da rua, um advogado, veio ver o que tinha acontecido. Ele ouviu os tiros, vinte e quatro no total. Era incrível imaginar como alguém podia ter sobrevivido a um ataque daqueles... três pessoas atirando em sete outras estendidas no chão de uma pequena sala, imóveis, ainda quatro delas estavam vivas. Quando o advogado percebeu o que aconteceu, trouxe seu carro para dentro e enquanto o preparava, Marlene e Joy carregaram Peter para baixo. O ferido foi colocado no carro do advogado levando 'Doc' Brown no banco de trás. Como eles estavam vivos, Joe Borzeki pulou na direção e arrancou em disparada. Alguém parado no caminho da porta gritou: 'Houve tiroteio, um massacre! 'Esse alguém nunca se daria conta, dentro da sua própria mente, que eles pudessem atentar contra a vida de Peter, até que entrou na casa. Se deu conta quando viu as manchas de sangue de Michael e de Peter ao longo das paredes da escada. Se deu conta, quando caminhou até a sala e viu o corpo de Doc estirado. Se deu conta, quando foi atingido pelo odor acre da pólvora que ainda flutuava no ar. Era uma cena que ele jamais poderia esquecer: 'Eu sabia, quando entrei na casa e vi a carnificina deixada para trás, que Peter estava morto. Eu pensei que todos que estavam na casa haviam morrido. Nem sei de quem eram os corpos estendidos no chão...', continuou Joe, 'a polícia estava lá, a força aérea, o exército, divisão de operações, qualquer um com uma arma de fogo, legal ou ilegal, estava na residência de Tosh naquela hora...'Joe apressou-se até ao hospital...
Sexta-feira, 11 de setembro – A cena no Hospital das Indias Ocidentais é das mais confusas. Todos os envolvidos no tiroteio estão em estado de choque, e sendo tratados de seus ferimentos. Joe Borzeki chega lá e encontra Peter Tosh morto e Jeff "Free-I" Dixon em coma. Marlene Brown e Joy Dixon são tratadas e recebem alta, enquanto Carlton "Santa" Davis permanece por causa de uma ferida em seu ombro. Michael Robinson é o mais seriamente ferido, pois foi atingido em três diferentes partes. Sábado, 12 de setembro – O corpo de Free-I continua em coma. Santa está sentado na cama falando exclusivamente com os membros da família. Seu ombro e sua mão estão enfaixados. Marlene tem apenas um arranhão de bala que passou de raspão em sua cabeça. A mesma bala atravessou a boca de Joy, deslocando-lhe alguns dentes. Joy também recebeu um ferimento em sua perna direita. Domingo, 13 de setembro – É marcada a cirurgia para remover as duas balas que se encontram na cabeça de Free-I. A operação foi adiada duas vezes devido ao seu estado de enfraquecimento. As investigações estão a cargo do sargento-detetive Hugh Miller, da estação de polícia de HalfWay Tree. A reação em torno do mundo é única: de choque e credulidade. O Primeiro Ministro Edward Seaga apresenta suas condolências e diz: "Este acontecimento mostra mais uma vez a necessidade de se intensificar a busca contra elementos criminosos em nosso meio... O desaparecimento de Peter Tosh será enormemente sentido não só na cena artística local, como internacional..." Michael Manley, ex-Primeiro Ministro e líder da oposição diz: "Peter Tosh deu ao mundo um legado inesquecível de seu trabalho musical que será executado e cantado por muitas gerações". Chamando os assassinos de "uma mancha de vergonha para todos os jamaicanos" , Manley diz, "nós devemos condenar todas as circunstâncias da nossa história e o mal que se manifestou na sociedade, fazendo com que alguns de nosso povo considerem uma arma mais importante do que um arado... nós não podemos continuar assim". Outros comentários: Headley Jones, Presidente da Federação de Músicos da Jamaica, da qual Peter era membro honorário, citou, " a morte de Tosh deixará atrás uma lacuna que será difícil de preencher... a perda é mais trágica da forma como aconteceu..." O Movimento Anti-Apartheid da Jamaica publicou uma declaração que pagava um tributo a Peter "por sua música militante, especialmente como ele não poupava esforços em usar seu lirismo para condenar as maldades do sistema apartheid". Eles salientaram como "todos os talentosos cantores jamaicanos não se deixam intimidar pelas forças do mal, mas que eles devem tomar conta de suas batutas e continuar a divulgação de seu lirismo consciente". A reação na América é enorme. A figura de Peter é vista na CNN e em todas as redes de televisão. O disc-Jockey Jeff Barnes espera que a morte seja "a faísca que ilumina o povo pra dizer Basta à violência armada na Jamaica".Segunda, 14 de setembro – Free-I morre ainda em coma na Unidade Intensiva do hospital. A cirurgia que havia sido marcada nunca aconteceu. Todos, com exceção de Michael Robinson, estão liberados do hospital. Terça, 15 de stembro – Alvera Coke, mãe de Peter Tosh, que afirmara ser Peter órfão de pai, e sobre quem Marlene acusou de tê-lo abandonado aos cuidados de uma tia aos três meses de idade, é expulsa da casa de Peter em Barbican por Marlene, que a recebeu com uma infinidade de insultos. A Sra. Coke tinha vindo para discutir os arranjos do funeral, esperando enterrar seu único filho em sua casa em Westmoreland. Marlene respondeu-lhe, "eu não gosto de você e Peter não gosta de você também" . A Sra. Coke pede-lhe, "deixe-me enterrar a minha criança" . Quinta, 17 de setembro – É decretada a prisão de Dennis "Leppo" Lobban sob acusação de três assassinatos. Ele vê sua figura na TV em conexão com os assassinatos e, dizendo-se inocente, vai ao escritório do Conselho dos Direitos Humanos. A polícia chega e prende-o. Terça, 22 de setembro – Há rumores abundantes sobre ligações entre Peter Tosh e Dennis Lobban. Um "chalice" encontrado ainda queimando na casa de Peter acrescenta combustível no comentário de que as mortes estão ligadas ao tráfico de marijuana.
Uns dizem que foi uma transação de cocaína mal feita, outros falam que Lobban estivera na prisão por posse ilegal de uma arma roubada em cumplicidade com Peter, e que este lhe havia dado dinheiro para isto. Alguns dizem que foi crime político. George Wayne do "Carib News" de Nova Iorque, diz que lá houve tanta especulação, que o aconteceu a Peter é somente uma questão de tempo que veio à tona e que Marelene Brown é parcialmente responsável. "Há um considerável mistério, um misticismo acerca de Marlene Brown". Santa Davis relata, "Peter foi assassinado porque seu poder espiritual estava abaixado a zero. Ele estava sendo controlado por um vampiro que sugou-lhe toda a força, a vida fora" . Quarta, 23 de setembro – Durante os dias que se seguiram após a morte de Peter, Marlene começa os preparativos do enterro no Cemitério Dovecot. Um dia antes do enterro, o escritório do Primeiro-Ministro a chama para dizer-lhe que, como esposa ilegítima, ela não tem direitos sobre o corpo de Peter. Eles explicam que a mãe de Peter é legalmente autorizada para isto. Marlene recusa-se a participar das cerimônias dizendo, "Eu tinha que fazê-los sentirem-se mal, porque eles estavam fazendo-me sentir pior" . Sexta, 25 de setembro – Marlene anuncia no "Daily Gleaner"que Peter morreu sem um centavo. Ela também declarou que a EMI, gravadora de Peter nos Estados Unidos,. Nunca pagou direitos autorais ao cantor. Ela não menciona se eles foram pagos adiantados. A EMI lançou recentemente uma coleção com o melhor de Peter Tosh (direitos autorais 1988). Peter estava buscando um recurso legal na época de sua morte. Ele também estava envolvido numa discussão sobre o patrimônio dos Wailers, exigidos pelo próprio Peter e por Bunny Wailer.
Sábado, 26 de setembro – O serviço funerário chega ao National Arena. Mais de doze mil jamaicanos e estrangeiros se perfilaram para a passagem do corpo de Peter. O reverendo Neville L. Manning Estifanos presidiu a cerimônia. Estifanos é irmão dos "Abyssinians" Donald, Linford e Carlton "Shoes" Manning, e representa a igreja etíope ortodoxa jamaicana. A cerimônia foi realizada em aramaico e inglês. Na sequência, o corpo de Peter atravessou as 120 milhas até a casa de sua mãe em Belmont, Westmoreland. Centenas de espectadores se alinharam na estrada que cruza a Jamaica. O caixão de Peter Tosh foi enterrado num mausoleu construído em frente ao jardim da casa da Sra. Coke, que contempla o mar do Caribe. Segunda, 13 de junho – Outra testemunha identificou Lobban. Ele contou que foi atingido e ferido pelo homem. Um espectador próximo da casa de Tosh naquela noite, contou que viu uma perua Volkswagem estacionada do lado de fora da casa e quando três homens desceram da mesma, entrando na casa. A testemunha disse que o motorista, supostamente Steve Russel, teria se abaixado quando outros carros passavam, cujos faróis iluminavam a perua. Depois ouviu-se um grito, tiros, e então os homens correram da casa em direção ao carro. Outra testemunha comprovou que Steve estava em posse da perua da companhia naquela noite. Quarta, 15 de junho – A Corte encerrou suas evidências e Lobban foi levado para depor. Ele testemunhou que Peter era seu 'camarada' e contou como costumava frequentar a casa de Tosh, com quem ensaiava suas poesias dub. Ele disse que sua relação com Marlene era boa mas havia esfriado quando ele contou a Peter sobre um acidente envolvendo o carro do cantor e o irmão de Marlene. Ele disse que Marlene o atacou agressivamente naquele dia, e que Peter o defendeu. Contou que a última visita que fez à casa do cantor foi na quarta-feira antes do assassinato, quando Peter havia lhe dado J$ 1000 (mil dólares jamaicanos).
No depoimento judicial apresentado pelo réu Steve Russel, ele declarou que um dos seus sócios pediu-lhe parta dar carona a três amigos. Disse que levou Lobban e outros dois homens em um furgão da companhia até a casa de Peter Tosh. Russel contou que ouviu tiros vindos da casa e, como estava tentando partir, os três pistoleiros pularam dentro do furgão, apontaram-lhe uma arma e mandaram dirigir. Terça, 16 de junho – Steve Russel é posto em liberdade por falta de proovas anunciadas por seus advogados. Naquele dia, Lobban passou seu aniversário de 33 anos na prisão de Kingston, um lugar que lhe fora muito familiar há dezessete anos atrás. Sexta, 25 de junho – Dennis "Leppo" Lobban é declarado culpado pela soma de três assassinatos e sentenciado à forca. O júri levou apenas 6 minutos para tomar sua decisão. Hoje, sentado na prisão de Spanish Town Dennis Lobban ainda proclama, "eu sou inocente! " .
Uns 16 anos após ser condenado pelo assassinato de Peter Tosh, Free I e Brown 'Doc' Wilton, Dennis Lobban ainda mantém a sua inocência, enquanto cumpria uma sentença de prisão perpétua. "Eu sou inocente, onde neste caso está em causa. Não tenho conhecimento sobre isso. Eu não estava lá." Lobban ou 'Leppo ", como ele é chamado, passou quase 30 anos de seus 48 anos atrás das grades. A Star Weekend falou com ele, em entrevista apenas a segunda que ele concedeu à mídia, sobre sua vida, seu relacionamento com Tosh e suas esperanças para o futuro. Lobban, vestido com uma tam verde, camisa do Ziggy Marley and The Melody Makers,shorts e um par de sapatos entra no escritório de Superintendente Gillette Ramsay na Penitenciária Geral, que está localizado na rua da torre, Kingston, aparentemente querendo levantar uma carga de seus ombros. "Eu não posso elaborar sobre algo que eu não fiz", diz ele. Lobban diz que ele conheceu Tosh quando jovem ,quando era residente em Trench Town. "Bem sei que conheci Peter e Bunny e Bob a partir de dia Trench Town, de que eu era um pequeno menino ". "Sim, eu era um fã de Peter Tosh. A minha música favorita era ´´Legalize It. ´´
Ele diz que, enquanto eles tinham um "relacionamento amigável" houve momentos em que ele e Tosh não se viam olho a olho. Lobban falou de uma das mais graves disputas entre eles:. "Ele foi para o exterior em uma excursão e deixou a sua Volvo .Enquanto eu estava em Skateland em Half-Way Tree, meu bredda viu a Volvo e trouxe a minha atenção para isso e eu disse ao meu irmão que o chefe está no exterior por isso não poderia ser sua Volvo. Então eu parei com isso e eu percebi que tinha que dirigi-la. Então, eu falei com ele. Eu digo a ele quando o homem voltar, você tirou a Volvo do homem, altos e baixos na mesma. Ele diz-me que não devo dizer ao chefe, ele irá levá-la de volta. Isso foi a sexta-feira. No domingo, ele foi para Hellshire, ele e algumas meninas no seu caminho de volta, e a Volvo virou,com todas as quatro rodas no ar. Quando o patrão veio do estrangeiro, o chefe veio me chamar, estávamos a ter um diálogo na sala de jantar, quando eu estava indo embora, quando chegamos no seu portão, 5 Plymouth Avenue, eu disse a Tosh o que tinha acontecido e ele me deu um dinheiro. Eu até lhe disse que ele não deve dizer nada, mas ele disse . "Quando voltei para a casa, ele me disse que todos os lábios mentirosos são abomináveis ao Jah e ele não gosta de um mentiroso. Quando ele diz isso para mim cada veia, cada osso, tudo se moveu." No entanto, Lobban diz que ainda foi ver Tosh após isso e ainda foi para a casa e não permitia arruinar seu relacionamento. Ele diz que soube da morte de Tosh de modo muito parecido com o resto do mundo. "Naquela noite eu estava em Jones Town em uma mercearia na 3 Crooks Street. Eu estava lá junto com os amigos e o lojista bebendo. Eu nunca deixo lá até às 10:00 da noite, enquanto eu estava lá, ouvi a notícia. Fiquei surpreso , fiquei espantado com o fato de que algo como isso realmente acontecer. Mas fazem uma pergunta a Lobban.." Então, se não estava lá, por que foi condenado pelo assassinato? Lobban vê assim: "Bem o sistema no tribunal é totalmente diferente, porque todo mundo acredita que eu sou a personalidade que fez aquela atrocidade, é por isso que estou aqui. "E há duas outras testemunhas que testemunham contra mim que me viram na casa. Eles estão mentindo, elas são mentirosos. Eles não sabem o que aconteceu na casa e nem de onde vieram os tiros de fogo que mataram Peter Tosh e outros. " Lobban argumenta que testemunhou contra ele por causa de uma disputa entre ele e alguém perto de Tosh. "Eu estou aqui 16 anos sem qualquer razão substancial. Tivemos uma disputa anterior e eles usam isso como uma arma contra mim."
A teoria popular é que Lobban matou Tosh porque Tosh renegou um acordo entre eles. Apesar de não querer ir para muito em detalhes, ele admite "Eu tomei uma ajuda para o meu bredren, protegendo a sua carreira e nada foi feito para mim, e dizem que eu fui corrompido e assassinei Tosh porque nunca prestei atenção ao meu filhos e minha família e coisas assim. " No entanto, ele diz que não pode ver por que isso seria usado como uma razão para condená-lo. "Se você está indo fazer algo para um bredren para proteger sua carreira, por que é que quando algo assim acontecer agora eles estão indo para usá-lo?" Lobban stint que se refere era a sua segunda vez na prisão. Ele tinha estado lá antes, como um estudante de 16 anos de idade na Escola Secundária de Denham Town . Ele diz que foi injustamente preso, por suspeita de furto de carga. Lobban diz que esses dias ele não recebe muitos visitantes por causa das pessoas que vêm são a sua família, porém eles vivem no exterior. Seus amigos, ele diz, admitiram que viria visitá-lo, mas não querem que as pessoas sabem que são seus amigos. Ele agora passa seu tempo escrevendo e interpretando a poesia dub, lendo livros e ouvindo as notícias. "Não tenho nada contra a sociedade porque me foi dito para perdoar, então eu também esqueço tudo", diz ele. Naturalmente ele tem esperança de sair da prisão, mas através dos canais apropriados. "Eu não estou querendo pular nenhuma parede. Quero ir a pé até o portão. "Eu preciso ir e viver um pouco de vida agora com a minha família",encerra Lobban..
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fontes:
http://massivereggae.fortunecity.com/
http://www.dancehallareaz.com/
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