Translator

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified
By Ferramentas Blog

sábado, dezembro 17, 2011

GARNETT SILK



 ----------------------------------------------------------------
Depois da morte de Bob Marley, em 1981, a cena reggae jamaicana sofreu profundas alterações. À medida que as grandes editoras perdiam o interesse demostrado nos anos 70, as esperanças de encontrar um novo Bob Marley também se foram perdendo. O tradicional som “roots” dos anos 70, começava a parecer “gasto”, e à medida que os computadores começaram a ter um papel mais activo e predominante nos estúdios, foram surgindo uma série de deejays a tomar o lugar dos cantores, criando-se uma nova geração de “toasters” que eram utilizados pelos produtores para adicionar voz a faixas previamente gravadas. Os valores culturais da música reggae estavam, infelizmente, também a mudar. O “ peace and love” do roots reggae dava agora lugar a dois novos temas. A “slackness” transformou as críticas bem humoradas (tão características de artistas como Peter Tosh) em críticas de mau humor, inconvenientes e demasiado duras. Por outro lado, surgiram inúmeras letras a glorificar a violência e a “invasão” das armas de fogo, nos guetos de Kingston nos finais da década de 80, era a chamada “gun lyrics”. Foi neste cenário musical, e também social, que surgiu uma das estrelas do reggae jamaicano dos anos 90- Garnett Silk. Nascido Garnet Damion Smith, em Manchester na Jamaica, no dia 2 de Abril de 1966, Garnett tornou-se num dos mais promissores artistas da verdadeira música cultural que é o reggae, contribuindo para a luta contra a “gun lyrics” que reinava dentro do género musical. Desde muito novo que Garnett sonhava em tornar-se um artista, e foi com cerca de 12 anos de idade, sobre o nome “Little Bimbo”, que começou a atuar como deejay num soundsystem local chamado Soul Remembrance. Nos tempos que se seguiram, e dado o furor que causou entre o público, continuou a colaborar com vários soundsystems como o Destiny Outernational ou o Stereophonic, e foi durante o seu trabalho com estes soundsystems que Garnett desenvolveu as suas capacidades vocais e líricas. Com claras influências de artistas como Bob Marley e Burning Spear, gravou o seu primeiro registo em 1985- “Ram Dance Master”, que, no entanto, nunca foi colocado no mercado. Nesse mesmo ano, viria a lançar o seu primeiro single- “Problem Everywhere”- produzido por Delroy “Callo” Collins, que não teve grande impacto, uma vez que o mercado de vendas não estava orientado para o som, e principalmente para a mensagem social e consciente que Garnet transmitia no seu reggae. Depois desta experiência, Garnett concentrou-se cada vez mais na sua carreira de cantor, deixando de lado a de deejay, e mudou-se para a capital Kingston, para gravar “No Disrespect” para a Youth Promotion Label de Sugar Minott. Depois de algumas sessões de gravação com produtores de gabarito como Donovan Germain, King Jammy ou o grande King Tubby, Garnett conheceu os famosos produtores Steely and Clevie. Foi Steely, que reconheceu de imediato o seu grande potencial como cantor, dando-lhe o nome com que viria a ficar famoso - Garnett Silk, por se apropriar à textura da sua voz. Não é por isso de estranhar que o seu 1º contrato tenha sido com os produtores Steely and Clevie, para os quais começou a gravar o seu primeiro álbum em 1990. No entanto, e mais uma vez, o sucesso não foi o esperado, e desta parceria com Steely & Clevie, apenas saiu um single “We could Be Together”. Por esta altura, parecia que ninguém sabia o que fazer com Garnett, e face ao pouco sucesso que teve, este resolveu voltar para o ambiente rural do interior jamaicano, onde tinha nascido para a música. Em Ocho Rios, longe de Kingston, Garnett concentrou-se em escrever novas canções, e como pessoa gentil e simples que era, esta mudança de cenário viria a tornar-se extremamente benéfica, uma vez que a sua sorte estava para mudar em breve. Em Fevereiro de 1992, no White River Reggae Bash em Ocho Rios, foi apresentado em palco por Tony Rebel, popular deejay da época e amigo pessoal de Garnet. Foi Tony Rebel que, para além de ter impulsionado a carreira de Garnett, introduziu-o aos ensinamentos da filosofia e fé Rastafariana, mudando para sempre a sua vida. Ainda em Ocho Rios foi o próprio Tony Rebel que o apresentou ao produtor Courtney Cole, dono do Roff International Studio, responsável pelo estrelato atingido por Garnett com singles como: “Nothing Can Divide Us”, “Mama”, “Seven Spanish Angels” e “I Can See Clearly Now”. O convite de Bobby “Digital” para ir para Kingston, depois de este o ouvir tocar em Ocho Rios, deu a Garnett a oportunidade de lançar o tão ansiado album de estreia - “It’s Growing”, o que aconteceu em 1992. Tendo recebido reconhecimento internacional após o lançamento deste álbum, Garnett aproximava-se do auge da sua carreira. O seu aspecto de galã e o seu charme tornaram-no num grande sucesso entre as senhoras, e as suas letras revitalizaram todo o movimento reggae, trazendo de volta inúmeros artistas, como Buju Banton, para o caminho da “rigthteousness” e “consciousness” do roots de tempos passados. As comparações com Bob Marley rapidamente tornaram-se inevitáveis, mas foi o próprio Garnett a deitá-las por terra quando afirmou: “ Eu vejo Bob como o Rei do reggae e como um irmão”; “Bob fez o seu trabalho e agora Jah nomeou-me para fazer o meu, tal como fez com Bob”. O 1º lugar atingido nos charts de reggae britânicos com o single “Hello Africa”, marcou o seu grande primeiro êxito internacional, ao qual se seguiram êxitos como: “Zion in a Vision”, “Jah Jah is the Ruler” e “Kingly Character”, culminando com “Splashing Dancing”, transformando Garnett na grande estrela do momento da música reggae. Seguiram-se tempos difíceis para Garnett Silk, desde rumores acerca do seu abuso de drogas, até uma exaustão física provocada pelo esforço despendido em inúmeras actuações e tournés. Garnet estava a pagar o preço do sucesso e foi-lhe recomendado pelos médicos, retirar-se por uns tempos. Depois de uma ausência de alguns meses, que nem por isso abalou a sua popularidade, no início de 1994, Garnett estava de volta e pronto a retomar a sua, até então, meteórica carreira. À assinatura do seu primeiro contrato com uma grande editora norte-americana - Big Beat / Atlantic, seguiu-se o seu regresso triunfante, marcado pela sua presença nos famosos Reggae SumFest e Reggae Sunsplash, durante o Verão de 94, onde tomou de assalto completo as emoções de um público, que se rendeu totalmente às suas extraordinárias actuações. Na altura em que todos se questionavam até onde poderia ir a carreira de Garnett Silk, a tragédia acabaria por se abater sobre este. Foi no dia 10 de Dezembro, nesse mesmo tão proveitoso ano de 1994, depois daquele que foi o seu último concerto, no Mirage Club em Kingston, Garnett estava em casa da sua irmã, com a sua mulher, grávida de 6 meses, e os seus 3 filhos, quando saiu para ir ver a sua mãe. Em casa desta, por volta da meia-noite, uma violenta explosão ocorreu, incendiando rapidamente toda a casa. Garnett, dois dos seus irmãos e dois amigos que estavam com ele, conseguiram escapar das chamas, fugindo da casa. Cá fora, ao aperceber-se que a sua mãe estava presa dentro da casa, Garnett não hesitou em reentrar no inferno de chamas para tentar salvá-la. Nenhum dos dois acabou por sobreviver.... O amor que sempre expressou em vida pela mãe, espelhou-se até ao momento da sua morte, havendo relatórios policiais que relatam que os dois corpos, o de Garnett e o da sua mãe, foram encontrados abraçados um ao outro... Ninguém sabe ao certo o que provocou a explosão que marcou o fatídico fim da vida e carreira de Garnett Silk. De acordo com a imprensa jamaicana, a explosão terá sido originada por um tiro de uma arma, disparada acidentalmente sobre uma garrafa de gás. A arma teria sido emprestada a Garnett, porque este se sentia inseguro, à medida que a sua fama ia aumentando, e um dos seus amigos estaria a ensinar-lhe a usá-la quando o disparo ocorreu, No entanto, nem todos acreditam nesta versão da história, inclusive a sua mulher, Novlyn “Lovey” Smith, que diz crer que Garnett foi assassinado: “ Não me parece nada do Garnett disparar uma arma dentro de um apartamento tão pequeno, ele era inteligente demais para isso.” Acidente ou assassinato, a verdade é que depois desse dia o mundo ficou privado de um irmão, que conseguiu encaminhar a música reggae, novamente em direcção aos princípios culturais do “roots rasta reggae” que se estavam a perder. Apesar de já não estar fisicamente entre nós, o seu espírito estará para sempre patente, na sua música e mensagem, e será por muitos lembrado como um mensageiro enviado por Jah, para trazer de novo a sua filosofia e mensagem de fé aos sons da música jamaicana. O Massive português também não esqueceu este grande irmão, e aquando da celebração dos seus 7 anos de morte, prestou-lhe homenagem e respeito através de dois merecidos tributos, primeiro no dia 1 de dezembro na Voz do Operário, com uma das já tradicionais festas do reggae de homenagem a grandes estrelas da música reggae, e no dia 9, também do mês passado, no programa de reggae da rádio Solar, com uma hora de recordação dos grandes êxitos da carreira musical do grande Garnett Silk...
-----------------------------------------------------------------
GARNETT SILK-Discografia
1992-It's GrowingVP
1994-Love is the AnswerVP
1995-Nothing Can Divide UsVP
1995-Lord Watch Over Our ShouldersGreensleeves
1995-Silky MoodVP
1998-JourneyVP
1999-Live at Reggae Sunsplash 1994Tabou
2000-Garnett Silk Meets the Conquering LionReggae One Love
2003-Give I StrengthVP-
2006-Rule Dem: The Roots of the Reggae Messiah-Trojan

--------------------------------------------------------------
CLIQUE AQUI PARA ESCUTAR O GARNETT SILK,PELO REAL AUDIO

Songs from the blessed man
Songs from 'The Definitive Collection'
Postado por JAHMAN

Nenhum comentário: